terça-feira, 18 de agosto de 2015

Anáclise

Concepção introduzida por  Sigmund Freud (1856 – 1939) na psicanalise e designa a rigor, apoio. É utilizado pelo autor para descrever relações entre pulsões, apoio das pulsões em funções corporais, a apoio das pulsões em objetos. Está associado à relação primitiva das pulsões sexuais com as pulsões de auto-conservação e com as pulsões sexuais que se apoiam nas funções vitais e lhe fornecem uma fonte orgânica e um objeto. Na psicanalise contemporânea, foi alargado para poder esclarecer as relações de apoio de um individuo no objeto de amor. Está muito presente na obra “Três ensaios sobre a sexualidade” (1905). Nesta obra, Sigmund Freud descreve uma relação estreita entre a noção de pulsão e certas grandes funções corporais. (exemplo: na atividade oral do lactente no prazer encontrado na sucção do seio – a satisfação da zona erógena estava associada à satisfação de alimento.
 A função corporal dá à sexualidade a sua fonte ou zona erógena, uma vez que lhe indica um objeto, no caso da atividade oral, o seio, no caso do latente, não sendo redutível à simples satisfação da fome)

Pulsão


A pulsão é entendida uma força ou pressão energética, psíquica, que faz tender o organismo para um alvo. De acordo Sigmund Freud (1856-1939) um pulsão tem uma fonte de excitação de natureza física, como exemplo um estado de ansiedade, uma tensão ou pressão. O seu alvo é suprimir o estado de tensão e é num objeto que a pulsão pode atingir o seu fim. A palavra mais semelhante a pulsão será impulsão ou impulso. O seu caracter imutável encontra-se ao nível da pressão, pois tanto os seus alvos como os seus objetos são variáveis.

Distinta da noção de instinto, a noção de pulsar está assemelhada ao descarregar, uma vez que à noção de pulsão estão inerentes os termos de suprimir e descarregar sobre ou através de qualquer coisa a tensão corporal, em conformidade com o princípio da constância. Ao lado das excitações externas que carregam um individuo de tensão e vivencias de pressão, juntam-se aquelas que vêm do seu mundo interno, as naturais e aquelas que advêm de reação ao externo, também elas portadoras de excitação e que são para o autor o fator propulsor do funcionamento psíquico.

Das diversas Pulsões, distinguem-se:

As Pulsões Agressivas

As Pulsões Destrutivas

As Pulsões de Dominação

As Pulsões Parciais - Pulsão Oral, Pulsão Anal, entre outras.

As Pulsões Sexuais

As Pulsões de Auto-Conservação

As Pulsões do Ego

Pulsões de Morte

As Pulsões de Vida

Associação Livre


A associação livre é um método psicanalítico, se não, o mais importante. É pelo método da associação livre que o paciente tem livre expressão de pensamentos, ideias, vivências, representações, sonhos, através de um elemento que pode ser dado, imaginado ou vivido. O elemento pode ser compreendido como uma palavra, uma imagem, qualquer representação que faça sentido que seja importante para o analisando. A associação livre pode ser esclarecido como a procura insistente de um elemento patogénico que desaparece e ressurge por meio de sonhos, lapsos ou símbolos aparentemente indecifráveis. Sigmund Freud (1856 - 1939) foi o seu autor e utilizou a associação livre na sua autoanálise.
O principio que subjaz este método é a tentativa de eliminação voluntária dos pensamentos, baixando as defesas psicológicas, em especial a censura entre pré-consciente e consciente e deixar vislumbrar o inconsciente.

A Metapsicologia


A Metapsicologia é o nome dado à teoria freudiana e engloba noções importantes tais como : 1ª tópica: inconsciente-pré-consciente-consciente, 2ª tópica: Id- Super-Ego- Ego, pulsão, recalcamento, fantasia, entre outros. Tem como objeto o inconsciente e é por excelência o conjunto de conceptualizações que levaram Sigmund Freud (1856 -1939) à invenção da Psicologia e da Psicanalise. É uma das maiores invenções do Sec. XIX.

Serve designar a ciência por ele fundada na sua dimensão mais teórica. Serve-se da noção de fenómeno para o cercar, reconstruir perseguindo as suas causas e relações. É a compreensão dos processos reais. É também designada uma teoria causal na qual se apoia um outra noção: a pulsão, estudando os seus destinos, tal como o recalcamento. Outra grande descoberta Freudiana que indica a necessidade de uma dinâmica ou teoria de forças e as suas relações reciprocas e conflituais.

A metapsicologia elabora um conjunto de modelos conceptuais tais como a ficção de um aparelho psíquico dividido por instâncias. É uma tentativa de explicação dos processos psicológicos e por isso apoia-se num imperativo acerca dos fenómenos psicológicos: estes têm que se descritos tendo em consideração três pontos de vista: Dinâmico, Tópico e Económico

Dinâmico: qualifica tudo aquilo que é da ordem da relação entre energias psíquicas, pulsão-representação, entre representações

Tópico: qualifica tudo aquilo que se refere à localização sob a qual ocorrem os processos psíquicos

Económico: qualifica  tudo aquilo que se refere aos processos psíquicos no que diz respeito à energia dispendida para a sua circulação, aumento ou diminuição

Teoria da Sedução


A Teoria da Sedução foi uma das teorias conceptualizadas por Sigmund Freud ( 1856 -1939). Defendeu que a neurose teria origem em abuso sexual, apoiando-se numa realidade social e numa evidência clínica. A palavra sedução induz a uma cena sexual na qual um individuo mais forte, normalmente um adulto, serve-se desse estatuto para abusar sexualmente de outro individuo habitualmente inferior e mais fraco, por exemplo: uma criança, uma mulher. A teoria da sedução sofreu varias alterações e por essa via é entendida como sedução e /ou abuso de um agressor a uma vitima, sendo esse abuso ou sedução real ou fantasmática. Foi com base na Teoria de Sedução que Sigmund Freud construiu a sua primeira hipótese sobre o recalcamento e sobre a causalidade sexual da histeria. Foi colocada de parte, até pelo próprio autor para dar lugar à teoria da fantasia.
O paralelismo entre estas duas teorias, ainda hoje abre campos para novas investigações e reflexões em particular e em especifico para o entendimento das psicoses e dos estados-limite, em especial em França.

Análise Didática


A análise didática é um termo criado por Sigmund Freud (1856 – 1939) e adotada pela International Psychoanalytical Association (IPA) em 1925. É uma formação obrigatória que se constitui através de uma psicanalise com um analista muito experiente. Está destinada a quem pretende seguir a profissão de psicanalista.

Foi criada por Carl Gustav Jung (1875 – 1961) quando trabalhava com Eugen Bleuler (1857 – 1939). Sigmund Freud operacionalizou o termo realçando a necessidade de submeter aqueles que queriam ser terapeutas a uma psicanalise didática. Estes autores defendida que eles próprios eram afetados pelos mesmos problemas psicológicos que os seus pacientes.

 A analise didática enraizou-se espontaneamente no seio do mundo da psicanalise e foi elaborada na famosa Sociedade das Quartas-Feiras, origem da Sociedade de Psicanalise de Viena. A transferência e a contra-transferencia foram reflexões obrigatórias e a constituição de regras rígidas foram impostas, em especial nos relacionamentos entre terapeutas e pacientes. A Analise Didática marcou todos os grandes debates dentro da psicanalise e promoveu muitas ruturas entre os diversos autores pelo mundo inteiro.

 

Relação de Objeto


Relação de Objeto é uma conceptualização fundamentalmente psicanalítica. Refere-se ao tipo de relação – que pode ser classificável de inúmeras maneiras – a um objeto – psíquico ou físico. Possibilita compreender as relações e dinamismo da mente humana. É, habitualmente, uma expressão pós-freudiana que designa a rigor as modalidades fantasmáticas da relação do individuo com o mundo exterior, a partir de referencias ao mundo interno, nas escolhas de objeto que o individuo faz. Descreve  e concetualiza o individuo como ser individual e pensante, proprietário da sua ação consciente e/ou inconsciente enquanto ser em relação com objetos, sejam estes internos ou externos. Existe porque É em relação.

O termo relação de objeto parte das conceções freudiana mas não só de pulsão mas também daquilo que se adivinhou mais tarde como sendo o objeto. Da noção de pulsão, não só o fim e o alvo são objeto de inspiração para a nova conceptualização mas também o objeto definido em Sigmund Freud (1856-1939) como uma pessoa, um objeto parcial, um objeto real ou um objeto fantasmático. Para os psicólogos e psicanalistas freudianos não é uma invenção é uma recriação da teoria freudiana.

Também com o seu par Karl Abraham (1873 - 1933), psicanalista Alemão, encontramos a noção de objeto e a sua influência impar sobre a compreensão da estrutura psíquica. Dividiu os estádios da sexualidade infantil e atribuiu-lhes uma posição estrutural, as atividades do individuo eram moldadas pelos próprios objetos, pela relação que este construía com os objetos (parciais).

A principal autora da conceptualização de Relação de Objeto foi Melanie Klein (1882 – 1960) com a invenção de objeto bom e mau, na descrição das relações objetais precoces, Desenvolvimento infantil. Escancarou a porta do pensamento sobre a evolução psicológica de um individuo de acordo com sucessivos reordenamentos da relação de objeto – de parcial para total. Da relação pulsional e sexual passou-se a considerar os tipos de relação de objeto como ponto de partida para o pensamento sobre o outro. Esta autora abandona a noção de estádio e adota a noção de posição, querendo com isto dizer que um individuo passa uma posição contudo pode voltar atras, para outra posição, sem com isto querer dar o sentido de passagem de fase como sinonimo de desenvolvimento ou evolução.

A tónica foi colocada mais ao nível das relações entre o mundo interno e o mundo externo, sem com isto querer dizer que Sigmund Freud não o fazia, contudo a dinâmica dos processos psíquicos passam pelo o objeto e não tanto sobre o ego.

Depois da segunda guerra mundial, a clinica das relações objetais assumiu tamanha amplitude que ultrapassou a sua autora, tendo começado a surgir o termo Escola das Relações de Objeto pela aderência massiva de grandes autores a esta perspetiva psicanalítica. Na parte dianteira desta escola encontramos Michael Balint (1896 – 1970), Wilfred Ruprecht Bion (1897 -1979), Ronald Fairbain (1889 - 1964) e Donald Woods Winnicott (1896 -1971), Hanna Segal (1918 – 2011)

Da contribuição kleiniana que visava a realidade psíquica e a realidade fantasmática foram adicionadas as realidades familiares, sociais, comunitárias, entre outras, e a teoria de relação de objeto expande-se até aos nossos dias. Foi ainda mais elevada através das elevadas descrições sobre as perturbações mais atuais, as perturbações narcísicas muito associadas ao individualismo e ao egoísmo no mundo ocidental dominado pelas razões de cariz económico. Também do lacanismo adveio uma explicitação da presença e ausência do objeto- a privação ( falta real de um objeto simbólico), a frustração ( falta imaginária de um objeto real) e a Castração ( falta simbólica de um objeto imaginário)

Da Teoria da Relações de Objeto atribuiu-se a invenção de inúmeras conceptualizações que a ela estão associadas tais como: objeto parcial e total, fantasmático, frustração, Mundo interno e mundo externo, real, simbolismo, objeto imaginário, entre outros. Também se atribui a tendência nefasta para considerar a perturbação borderline ou comumente os Estados-Limites como a perturbação com maior incidência no mundo, um saco fundo onde cabem todos os distúrbios e não é verdade.

Destacam-se algumas obras importantes sobre a Teoria das Relações de Objeto: Dicionário do Pensamento Kleiniano, R. S. Hinshelwood, 1991, O Grupo de Independentes e a Psicanalise Britanica, 1990, R. D. Eric Rayner, O seminário 4, A relação de Objeto, 1956-1957, 1994, J. Lacan, A Psicanalise de Crianças, 1933, M. Klein, Relações de Objeto na Teoria Psicanalítica, Jay R. Greenberg S. A. Micthel, 2003

 

Escotomização


Descreve uma recusa muito intensa em percecionar a realidade exterior. Auxiliada pelo mecanismo de projeção, a escotomização serve para recusar que aquilo que um inidividuo projetou é seu e não do exterior, podendo pois a realidade ser escotomizada e não apreendida. É utilizada em conjunto com outros mecanismos de defesa de natureza psicótica ou ditos primários. A realidade tal como se apresenta não é apreendida, é moldada e habitualmente francamente distorcida para que o individuo assim se possa proteger do sofrimento. O termo escotomização pode ser assemelhado ao conceito de foraclusão conceptualizado por Jacques Lacan (1901 - 1981) e traduz-se como mecanismo no qual ocorre uma recusa de um significante fundamental para fora do universo simbólico individual.
Quando essa recusa ou rejeição ocorre, o significante é foracluído, não sendo pois integrado ao nível inconsciente retornando  então ao individuo como alucinação. Este conceito foi explicitado pelo autor na analise que fez do Caso do juiz Daniel Paul Schreber, um dos casos mais conhecidos de Sigmund Freud (1856-1939), de 1911 – «O caso Schreber»

Recordação Encobridora


A recordação encobridora pode ser descrita por um tipo de recordação, normalmente diurna, com aparente insignificância e nitidez. Poderá também esconder as reais intenções e desejos, realizados ou não, protagonistas do sonho na noite anterior. Está assemelhada ao resto diurno. Uma análise de uma recordação encobridora, tal como o próprio nome indica, conduz à descoberta de experiências infantis relevantes e fantasmas inconscientes.

É considerada uma formação de compromisso (ato falhado, lapso, sintoma) entre os elementos recalcados e a defesa. Foi descoberto por Sigmund Freud (1856 – 1939) desde que este enveredou pelos tratamentos psicanalíticos - quer na sua auto-analise quer na dos seus primeiros pacientes com histeria.

Psicodrama


O Psicodrama é um método de Psicoterapia que utiliza as conceptualizações da Psicanalise. Foi inventada por Jacob Levy Moreno (1889 – 1974) e consiste na representação num palco de teatro improvisado. Um individuo é convidado a representar um acontecimento ou situação com um objetivo terapêutico.

A sessão psicodinâmica divide-se em três partes: o encaminhamento no qual o paciente é solicitado a explicar como vivência o seu papel – a representação -, a ação durante a qual representa o acontecimento sob a forma de um drama, o retorno no qual deverá explicar como se encontrou no drama. Estas três partes podem ser identificadas como: aquecimento, dramatização e comentários. Os instrumentos utilizados no psicodrama são: o palco, o protagonista – o paciente, o diretor, os egos auxiliares e o auditório

Os acontecimentos representados podem ser a sua vida, um trauma, um episódio marcante. A representação depende do terapeuta e daquilo que é proposto como objetivo terapêutico.

A sessão de psicodrama apela a tais como: inversão de papéis, jogos de espelhos, desdobramento da personalidade e utilização do coro ou monólogo.

O Psicodrama é utilizado para tratamento de psicoses e outras perturbações graves tais como o narcisismo.

Psicogénese


A Psicogénese é uma área da psicologia que estuda a origem e o desenvolvimento ou evolução dos processos mentais, das funções psíquicas ou das causas psicológicas que estão por detrás de diversos fenómenos com origem mental tais como: sinais ou sintomas.

Autores tais como Sigmund Freud (1856 – 1939) nas obras «Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade», (1905), «A Interpretação dos Sonhos», (1900), «Estudos sobre a Histeria», (1895),entre outras, descreveu e elaborou teses sobre as causas de alterações comportamentais ou os sintomas que indivíduos histéricos apresentam que conduzia a ações que não faziam parte da sua forma comum de funcionar.

Sinal de Angustia


De grande utilização em psicologia clinica e em psicanalise –origem do termo – o sinal de angustia é uma manifestação tanto física como psíquica que transmite a um individuo que este deve estar alerta perante um perigo iminente. É preventor na medida em que evita o traumatismo quer psíquico quer físico perante o perigo. Pode esclarecer que o ego põe em atividade determinadas operações perante uma situação perigosa. Evita que o individuo fique em sofrimento, por outras palavras que o aparelho psíquico fique inundado de excitações podendo ir ao ponto de não sobreviver. O objetivo do sinal de angústia é reproduzir uma angústia memorizada de um acontecimento passado mas semelhante aquele que não se pretende que ocorra.

Este termo foi introduzido por Sigmund Freud (1856 - 1939) no seu trabalho sobre “ Inibição, Sintoma e Angustia” (1926) . O sinal de angústia poderá por exemplo reproduzir uma emoção intensa que se impõe ao pensamento ou à reação para agir ou fugir, poderá ter um recurso apenas psíquico ou motor. É reconhecido pela mente e segundo o autor, faz referência a uma angústia que teve que ser suportada passivamente no passado sob aforma de angústia automática quando o individuo estava afundado em excitações.

Tecnica Ativa


A técnica ativa foi conceptualizada por Sandor Ferenczi (1873 – 1933). Refere-se a um conjunto de processos técnicos utlizados em psicanalise. Implica a atividade do psicanalista em determinadas ações que constituem a psicanalise tais como perguntas, horário e espaçamento das sessões, entre outras. A interpretação psicanalítica também faz parte da técnica ativa uma vez que faz incidir a sua ação sobre a repetição (ver compulsão à repetição)

 

Regra Fundamental


A regra fundamental diz respeito ao que acontece no setting analítico enquanto estrutura da situação analítica. A regra fundamental pode ser traduzida como aquilo que o paciente deve e pode fazer: dizer tudo aquilo que pensa e sente sem nada escolher e sem nada omitir do que lhe acorre ao espirito, mesmo que lhe pareça desagradável de comunicar, ridículo, desprovido de interesse ou despropositado. A regra fundamental estabelece no princípio do tratamento psicanalítico o método das associações lives. A regra fundamental diferente da associação livre, é também reveladora das próprias dificuldades que um individuo tem em usa-la sem reticências conscientes, resistências inconscientes.

 

Psicanalise Selvagem


A psicanalise selvagem pode ser considerada como a pratica da psicanalise sem recursos aos conhecimentos técnicos desta ou anda tipo de intervenções de psicanalistas amadores ou não experimentados que se baseiam em noções mal compreendidas, servindo estas para a interpretação avulso de diferentes ocorrências tais como sintomas, sonhos, palavras, ações.
A psicanalise selvagem pode ser considerada como o uso de interpretações que desconhece a dinâmica e singularidade da situação analítica revelando o conteúdo recalcado sem ter em conta as resistências e a transferência. A sua prática pode levar a consequências drásticas na vida de um individuo, por exemplo.

Principio da Constância


O principio da constância é um dos princípios que rege o funcionamento mental. Tem por função manter o nível quantitativo de excitações – que o aparelho psíquico recebe de dentro e de fora – baixo. Por essa razão possibilita a manutenção do aparelho psíquico num nível considerado calmo e harmonioso. A constância é obtida por um lado pela descarga da energia já presente e por outro lado a invasão que pode aumentar a quantidade de excitação e também a quantidade de defesa contra esse aumento. O princípio de constância está na base da teoria económica freudiana. O princípio da constância está intimamente ligado ao principio do prazer. O desprazer pode ser considerado, numa perspetiva económica, como o aumento de tensão e o prazer a diminuição dessa tensão.
 O principio da constância é diferente do principio de nirvana, que tende a colocar o aparelho psíquico na tensão de nível 0.Dos trabalhos de Sigmund Freud, que mais se destacam as diversas explicações sobre o princípio da constância, destacam-se:

Para Alem do Principio do Prazer, 1925

Projeto para uma Psicologia Cientifica, 1895

A Interpretação dos Sonhos, 1900

Double - Bind


Traduz-se como o duplo vinculo no qual um relacionamento entre dois indivíduos afetivamente considerados é estabelecido na oposição de uma mesma expressão. É o “sim” e o “não” de um mesmo acontecimento, ou o amor e o ódio de um mesmo sentimento, utilizando para tal, a linguagem. Poderá ser assemelhada à clivagem entre bom e mau, sobre um mesmo objeto (pessoa, circunstancia, situação, acontecimento, afeto, etc) que foi exposto de forma brilhante por Mélanie Klein (1882 – 1960) a propósito da relação objetal na teoria do desenvolvimento precoce.

Incesto


Pode ser definido como a relação sexual entre parentes consanguíneos adultos ou da mesma família, que tenham atingido a maioridade legal. Não é proibido por lei mas é reprovável pela sociedade. Pode ser crime, quando um dos parceiros apresenta queixa por abuso ou não consentimento. Já o casamento incestuoso é proibido por lei em todos os países. A filiação que nasce do incesto tambem não pode ser reconhecida com ambos os parentes.

As relações consideradas como incesto podem ser esclarecidas como aquelas entre mãe e filho ou pai e filho, filha, irmão e irmã. Por extensão da proibição também é considerado incesto as relações sexuais entre tio e sobrinhos, padrasto e enteado/a, madrasta e enteado/a, sogra e genro e sogro e nora. Foi por intermédio da tragédia do édipo que o incesto foi abordado em psicologia, através da Psicanalise e com Sigmund Freud (1856 – 1939), datado de 1897 numa carta que este autor enviou a Wilhelm Flies (1858 – 1928). As obras que mais abordam estas temáticas e pioneiras no tema são:  Três Ensaios sobre a Sexualidade” (1905) e  “Totem e Tabu” (1913).

Bissexualidade


Pode-se traduzir como o amor psicológico ou carnal entre pessoas que diferentes sexos e/ou pessoas do mesmo sexo, formando-se um triangulo relacional. Pode ser considerado uma disposição psíquica na qual o individuo se sente atraído por pessoas dos dois sexos simultaneamente como também pode ser considerado como falha da identidade sexual genital, adulto, com a escolha de um único objeto de amor.

A bissexualidade também poderá ser considerada como um terceiro sexo ao mesmo tempo andrógino ou hermafrodita. Para Sigmund Freud, a bissexualidade representava um conflito entre duas tendências: uma libido viril e um recalcamento feminino. Outros autores tais Wilhelm Fliess (1858 -1928), Donald Woods Winnicott (1896 – 1971) ou Jacques Lacan (1901 -1981), entre outros, estudaram a bissexualidade.

Resistência


Denominado por Sigmund Freud (1856 – 1939) para designar os entraves ao tratamento terapêutico em psicanalise. É tudo aquilo que nos atos e nas palavras do analisando se opõe ao acesso deste e do analista ao seu inconsciente. É a atitude de oposição às descobertas que vão sendo efetuadas durante o tratamento psicanalítico no que concerne aos desejos inconscientes comprometendo o individuo. Assume várias formas para que a oposição seja efetuada. É de notar que Freud renunciou à hipnose pela descoberta da resistência. É um obstáculo ao tratamento sintomático e ao processo de cura. Segundo o autor, é possível agrupar recordações através do seu grau de resistência. Essas apresentam-se como camadas concêntricas em redor de um núcleo central patogénico, no decurso do tratamento cada passagem de um círculo para o outro mais aproximado é uma vitória contra a resistência que pode jogar a favor e o caminho para a cura analítica.