quinta-feira, 7 de maio de 2015

Repressão


É um mecanismo de defesa dito primário através do qual um individuo retira da sua consciência conteúdos (pensamentos, vivências, sentimentos, etc) por estes serem entretidos como perigosos e por isso acarretam grande sofrimento. Não é usada o recalcamento – mecanismo de defesa secundário  mas sim a supressão e/ou o deslocamento.

 

Introjeção


Introjeção é um conceito que foi introduzido na psicanalise por Sandor Ferenczi e designa a aquisição e transformação de aspetos externos em aspetos internos. Distancia-se da identificação pela presença modo inconsciente e fantasmático constante e da incorporação pela delimitação corporal.

Alienação


O termo alienação é principalmente um termo lacaniano e pode-se traduzir como o produto da clivagem ou da dissociação do eu ou partes importantes do eu. Este não é ele mas o outro ou no limite o mundo externo, desapossado de si mesmo.
 É a identificação ao outro tal como Jacques Lacan descreve na Fase do Espelho, elevada ao seu expoente máximo de loucura e em que o único resultado é a fragmentação por inundação de estimulação vindo do externo ao sujeito, presente em psicoses ou Estados-Limite ou na indução por substancias tóxicas.
 Na fase do espelho, a criança olha-se e desconhece-se pois foi a imagem da mãe, e aos poucos, vai-se habituando e reconhecendo como si mesmo aquele que visualiza no espelho. Estas vivências ocorrem entre 8 meses e ano e meio. Esta alienação natural faz parte da evolução psicológica de qualquer ser humano.

Auto-Erotismo


Designa o comportamento sexual infantil que a criança apresenta após os primeiros meses e a separação à mãe. É a exploração do corpo, por parte da criança, exploração que implica o prazer de caracter sexual, sem recorrer a qualquer objeto.

Depressão Anaclítica


A depressão anaclítica é uma conceção criada por René Sptiz para designar o estado de sofrimento de uma criança abandonada pela sua mãe, após reconhece-la como tal. Esta situação pode ser reversível se a figura materna voltar à relação e aos cuidados da criança ou não, pode durar a vida inteira.
 A depressão anaclítica é descrita a partir de comportamentos tais como: o choro, o fechamento ao mundo externo e a indiferença. Também poderá estar associada à procura incessante de apoio e de figuras maternais que possam repor o que a criança ou o adulto perdeu e não recuperou.

Alucinação


É um modo de defesa presente nas psicoses e também eventualmente nos Estados – Limite. É a utilização de um dos cincos sentidos para a criação nefasta de um objeto que é colocado no mundo externo, onde não existe nada.  É o trabalho de colocar algo no exterior que lhe pertence e depois regressa ao interior de onde saiu. Para Sigmund Freud, é o regresso daquilo que foi rejeitado

Podem envolver várias qualidades sensoriais – forma, cor, textura e odor - .Podem ser :

Alucinações cénicas (tratam-se de cenários, cenas no ambiente, destacando-se inclusive dos objetos que realmente existem)

Alucinações Cenestésicas (envolvem o corpo e os órgãos)

Alucinações Cinestésicas (envolvem o movimento)

Alucinações auditivo-verbais (envolvem a audição)

Alucinações mnésicas (déjà vu ou falso reconhecimento)

Alucinações olfativas (envolvem o odor)

A alucinação pode não ter um carater psicopatológico, podendo ser considerado um fenómeno normal não habitual.

Perversão


A perversão pode ser entidade como uma relação com objeto parcial que apresenta um cariz sexual. O conflito interno mediado na relação parcial é colocada como conflito externo contra pessoas ou entidades várias. Pode ser descrito também a partir do sofrimento – tipo de – que o individuo perverso provoca a si ou outro, estando invariavelmente sempre em transgressão e/ou oposição ao que é comumente entendido como social, moral ou ético. Há uma falha séria e grave ao nível dos processos de socialização e período de latência nos indivíduos perversos.
As perversões mais conhecidas são: masoquismo, sadismo, voyeurismo, pedofilia, exibicionismo ou fetichismo. Aquilo que mais se desta nas perversões é: Objetalização do outro e o prazer está ligado ao sexo

Delirio


Delírio

O Delírio é um mecanismo de defesa psicológico constituído por Sigmund Freud. Segundo este autor, o delírio é a tentativa falhada de construção da realidade através da procura da libido e a sua reconstrução interna, contudo o que regressa ao interno em nada é parecido com o que existia. É utlizado a par de outros mecanismos de defesa primários tais como a clivagem e a projeção e também utiliza a regressão, contudo esta ultima é usada sem possibilidade de retorno ao estado atual. O delírio danifica de forma séria a mente e as funções mais basilares tais como a perceção ou a cognição. A defesa  pressupõe a falta de aceitação por parte do individuo de representações e conteúdos que provocam sofrimento.

Alguns tipos de Delírio:

Delírio de Controlo

Delírio de Perseguição

Delírio de Grandeza

Delírio de Ciúmes

Delírio de Referência

Delírio de erotomania

Delírio mística e religioso

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Sindrome de Cotard


O síndrome de Cotard é uma forma de delírio de negação intensa. Está associada a perturbações psicológicas graves tais como a melancolia ou a hipocondria ou a psicose maníaco-depressiva. Também pode surgir em situações traumatizantes graves. O paciente nega a existência de partes do corpo e vivencia a sua ausência embora esteja conscientemente vivo e sinta o órgão ou a parte do corpo em questão. (não ter olhos e não ver concretamente, sem qualquer problema físico associado, não ter coração e não sentir, não ter fígado e ou este estar morto e não exercer as suas funções, poderá sentir-se em putrefação e viver as imagens, sons e odores associados a estados de decomposição conhecidos.

Este termo foi conceptualizado por Jules Cotard, médico francês.

Processo Secundário


O processo secundário é um dos modos de funcionamento do aparelho psíquico. Pode-se afirmar que ao processo secundário pertence tudo aquilo que é consciente: imagens, sons, representações, ações, palavras entre outros conteúdos que são conscientes. Está associado ao ego e ao super-ego parcialmente. É um processo cujo objetivo é satisfazer aquilo que o ego pretende, sem deixar de considerar os impulsos imediatos do Id.

A par com o processo primário rege o funcionamento mental.

Investimento


É o acumular de energia investida em determinada representação ou conteúdo. Pode se também traduzir pela ligação de determinada energia a uma presentação ou conteúdo

Contra-Investimento


É o suporte às atividades de investimento do ego que impossibilita o acesso à consciência de desejos, fantasias ou outros conteúdos inconscientes no investimento

Condensação


É um mecanismo de defesa primordial de funcionamento inconsciente. É a fusão de duas ou mais ideias ou conteúdos ou representações numa só. Está associada ao processo de sonho.

Falha Basica


Conceito criado por Michael Balint para designar o espaço que existe antes do aparecimento do édipo e é tido como ausência de uma terceira pessoa estruturante. Após a separação com a mãe, na relação precoce, é o espaço no qual o sujeito fica entregue a si mesmo e às suas necessidades psicológicas e fisiológicas

A falha básica poderá ser associada ao espaço transicional avançado pelo seu colega de profissão Donald Winnicott. 

Processo Primário


O processo primário é um dos modos de funcionamento do aparelho psíquico, descoberto por Sigmund Freud. Corresponde a todo aquilo que é da ordem do inconsciente ou a este está associado: sons, imagens, vivências, ações, textos, palavras, entre outros conteúdos ou representações. É a forma de funcionar segundo o princípio do prazer, muito comum ao sonho. Este modo de funcionamento tem por objetivo escorar toda a tensão existente no sistema psíquico que diga respeito quer às pressões de contenção e angustia provocadas, em parte pela ação do Super- Ego quer pelas pressões vindas do Id.

Principio da Realidade


O principio da realidade foi descrito por Sigmund Freud e designa um dos dois princípios que rege todo o aparelho psíquico. Corresponde a uma transformação da energia livre em energia ligada, sendo também considerada como um determinado tipo de energia pulsional que está ao serviço do ego. Orienta e guia os estímulos externos e internos que chegam ao aparelho psíquico de forma a que de acordo a interação entre os três sistemas (Id, Super-Ego, Ego) se ligue, satisfaça, ou seja recalcada.

A par do princípio do prazer, rege as diferentes ações do aparelho mental do ser humano. Enquanto o princípio do prazer procura a satisfação e a realização do desejo a todo o custo pelos caminhos mais curto de obtenção do prazer, o princípio da realidade tenta adiar o prazer se esse é comprometedor com as condições impostas pelo mundo externo e também, em especial pelo Super- Ego.

Fantasia


Fantasia pode ser traduzido como devaneio, sonho ou a rigor: imaginação. É o momento figurativo de uma imagem- registo da atividade psíquica de um determinado modo. A fantasia pode ser consciente ou inconsciente.
 A fantasia consciente – devaneios / romances relatados pelo individuo a si própria – participam na ordenação do conteúdo manifesto do sonho. 
A fantasia inconsciente – sonhos, em especial – derivados do inconsciente em interação com o pré-consciente e a realidade – os acontecimentos de vida.

Lapso


É o ato de colocar uma palavra no lugar de outra que se pretendia dizer ou escrever. Os lapsos são o resultado de um processo de contaminação, por semelhança de uma palavra em relação a outra. Está próximo do mecanismo de condensação, presente em especial no sonho.

Exemplos de simples de lapsos são as trocas de palavras que apresentam uma semelhança externa tais como a fonética ou uma semelhança vivencial que só a pessoa que o tem terá algum conhecimento do seu significado.

Repetição ( compulsão a )


O conceito de repetição está intimamente ligado ao de compulsão e embora apresente um caracter patológico, pode ser entendido na relação psicológica de objeto. Desde a nascença  que o ser humano repete ações, vivencias e/ou acontecimentos que são aquilo que se chamam ritmos ou rituais, permite o firmar e o estabilizar.
É o ato de repetir que dá a possibilidade de ligar e de criar enquanto elaboração psíquica habitual. Permite sobre o mesmo, ensaiar o novo, integrar, unir e associar.
 Em 1920, com a obra “Para Alem do Principio do Prazer”, Sigmund Freud relaciona compulsão com repetição para dar conta de um processo inconsciente que o individuo não consegue controlar e que obriga constantemente a repetir sequências para assim poder resolvê-las, isto é a tentar liga-las, a tentar reelabora-las.
Não é a procura de sofrimento da situação que desliga e desintegra que um sujeito procura, mas sim a possibilidade união por forma a apaziguar o excesso de estimulação ao nível do aparelho psíquico. A compulsão à repetição apresenta o caracter conservador e de procura de tranquilidade. Esta associada à regressão pela tentativa de voltar ao estado de bem-estar anterior ao sofrimento que lhe foi infligido.

Ideal do Ego


Ideal do Ego trata-se de um conceito de psicanalise criado por Sigmund Freud no texto “Uma introdução ao Narcisismo” (1914). Segundo este autor, é definido como instancia ideal constituída pelas aspirações parentais em relação ao filho/a e serve de referência ao ego. É mais pequeno e com menos importância que as instancia que constituem o aparelho psíquico : Id – Super-Ego- Ego. Resultante  da conciliação do narcisismo com a idealização do ego nas suas identificações aos pais, os seus substitutos e aos ideais coletivos, sejam estes sociais, comunitários, morais ou éticos. Um modelo ao qual o individuo procura alcançar. Diminui à medida do desenvolvimento psicológico, estando pois dependente deste na evolução. Podemos perceber a ação do ideal do ego na realidade quando um individuo se apaixona e vive o delírio amoroso de paixão inicial ou então, quando nos submetemos a um mestre ideal no qual se projetam as aspirações sonhadas.

Luto


O luto é um processo intrapsíquico que ocorre da perda concreta de um ente querido. Pode estar relacionada com a perda de um animal de estimação, um objeto em concreto, um lugar, uma posição, entre outros. É uma atividade de elaboração psíquica, de construção que se apresenta como uma necessidade da mente associar e/ou ligar representações traumatizantes relativas à perda.

Sigmund Freud, medico psiquiatra e psicanalista, foi o primeiro clinico a descrever o luto, quer como processo normativo ou processo patológico. 

Luto Normativo = consciência da perda, perda real/ luto é processo doloroso, lento e natural/ tem características de tristeza profunda e pode levar um individuo a resguardar-se no seu mundo, afastando-se dos outros/ grande atividade psicológica de perda e de criação sobre aquilo que se perdeu/ o pensamento, daquele que em luto, poderá estar na perda e não no trabalho, na relação amorosa, nos afazeres do quotidiano/ Medo e Culpa/ retração narcísica como meio de proteção contra o esvaziamento efetuado pelo objeto interno perdido.

Luto Patológico = Dedicação exclusiva à perda e à lamúria, sem possibilidade de construção / Danos Egoicos / Impasse sem solução (Id versus Ego, Super-Ego versus Ego) – a perda é concreta e a exigência é de recuperação do objeto concreto /insistência – interna – em recuperar aquilo que não existe mais/ recusa  e negação da realidade.

 

O Luto é um processo psicológico universal e é palco de estudos por parte de psicólogos, médicos, antropólogos, sociólogos, biólogos e tantos outros profissionais que se dedicam à investigação e tratamento do ser vivo – humano ou animal -.

Tópica


É um dos conceitos mais importantes na metapsicologia freudiana. Significa sistema. O aparelho psíquico – a mente – descrita na metapsicologia pressupõe um determinado número de lugares que interagem entre si e possibilitam cada individuo ser como é, de acordo e no limite as suas funções cognitivas e afetivas em relação ao mundo externo. A esses lugares ou também designados sistemas foi dado o nome de tópica. Com Sigmund Freud e na psicologia clinica de base psicanalítica, existem duas tópicas:

A 1ª Tópica é constituída por Inconsciente (ICS) – Pré-Consciente (PCS) – Consciente (CS).

A 2ª Tópica é constituída por Id – Super –Ego – Ego.

Em síntese, existem três instâncias: Id (o lado pulsional), o ego ( a instancia que representa os interesses pessoais, em toda a sua extensão e a realidade), o super-ego (instancia que julga, critica e impede que os impulsos mais imediatos sejam realizados sem concordância com as contenções morais e éticas internas e externas). O Super-Ego regula a função do Id e tenta também regular a função do Ego. Este é o sistema ou tópica considerada atualmente . (= 2ª tópica ). A 1ª tópica – Inconsciente-pré-consciente-consciente, foi na origem da psicanalise a vigente para compreender os processos psíquicos, contudo, atualmente está integrada na 2ª tópica, estando por reduzida a conteúdos: conteúdos inconscientes, conscientes e pré-conscientes que constituem os sistemas da 2ª tópica.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Imago


Imago é a noção que designa uma representação mental de uma pessoa em relação a outra. É um “retrato” inconsciente das pessoas significativas na vida de um individuo, em especial o pai e a mãe, que molda e guia a percepção que se faz de qualquer pessoa.
As imagos principais são elaboradas durante as primeiras relações do bebé e ao longo da infância. Pode-se afirmar que uma imago materna é uma imagem subjetiva e fantasmática da mãe que foi constituída pela criança durante a infância.
É o juízo, pouco consciente que se faz do outro. Não é o retrato fiel à realidade mas poderá, de acordo com as vivência e a identidade de cada um, aquilo que mais próximo da realidade está.
Um imago objetiva-se através de pensamentos, imagens ou sentimentos.

Objeto Transicional


Foi descrito por D. Winnicott, psicanalista inglês e trata-se de um objeto material que adquire um valor importante de separação entre o bébé e a sua mãe. É associado à fralda e ao ursinho que fala e tem sono e é importante enquanto jogo e criação para a criança. É segundo este autor as tentativas da identidade que vai ser, o consolidar da verdadeira relação de objeto.

Transicionalidade


Em psicologia diz respeito ao espaço intermédio entre a realidade e o imaginário, entre o  mundo interno e o mundo externo. É o espaço que separa e também liga o individuo, é caracterizado como de criação, de jogo, de imaginação e também de relação.
Foi concetualizado por D. Winnicott, médico pediatra e psicanalista que se dedicou ao estudo da relação da criança com a mãe

Complexo de Eletra


O complexo de Eletra à semelhança do complexo de édipo reporta-se ao amor da pequena filha pelo seu pai e ódio pela rival – a mãe. Ocorre em idade pré-escolar – dos 3 aos 5 anos- e depois com a entrada na escola, é esquecido e recalcado, a socialização e a aprendizagem das regras e a cognição tomam o lugar dianteiro daquilo que Sigmund Freud chamou de Período de Latência.

O complexo de Eletra ocorre na fase fálica e entre as diversas fantasias sobre a diferença de sexos, as gerações e o nascimento das crianças, a criança dedica-se às suas fantasias sexuais, as quais incluem o pai, enquanto pretendente e afastam a mãe enquanto rival. Pretende possuir o pai com o falo, o poder, o ter filhos. Abdicará do pai, pelo receio de perder a mãe também. Este complexo ficará adormecido e entrará em declínio na adolescência.

É mais progressivo e elaborado que o complexo de édipo no rapaz, uma vez que a rapariga depois de se identificar com o pai, volta à mãe e terá que a abandonar novamente enquanto que o rapaz depois de se identificar com o pai volta à mãe para o complexo de édipo iniciar.

Complexo de Édipo


O complexo de édipo faz parte da Teoria da Sexualidade Infantil freudiana e refere-se à triangulação amorosa entre a criança, a mãe e o pai. Sigmund Freud, autor desta concepção defende que em idade pré-escolar, dos 3 aos 5anos, a criança, por exemplo o rapaz, tem sentimentos amorosos em relação à mãe, desejos de conquista, sendo pois o seu rival o pai. Desenvolve por essa altura os seus primeiros recursos psíquicos de captação afetiva e amorosa e também os seus recursos agressivos contra o rival, que o vão afirmando na posição fálica. O pai, esse, precisa de ser destronado do seu lugar para dar lugar ao filho ao lado da mãe. Também no complexo de édipo é vivenciada saudavelmente os sentimentos ambivalentes, pois o pai é rival mas também é o pai. Imita o pai – o modelo – que possibilita reassegurar os primeiros movimentos identificatórios anteriores ao édipo. Sob a ameaça da castração, o rapaz renuncia a mãe. O édipo pode ser explicitado como pertencente ao rapaz ou à rapariga, embora a alusão freudiana seja ao masculino.

O Édipo completo é constituído por duas etapas: o édipo positivo (amor ao progenitor do sexo oposto e ódio ao progenitor do mesmo sexo), o édipo invertido ou negativo (amor ao progenitor do mesmo sexo e ódio ao progenitor do sexo oposto)

Complexo de Castração


 
O complexo de castração é um conjunto de vivências psicológicas subjetivas não acessíveis ao individuo que resultam das vivencias infantis na relação ao pai e à mãe. A rigor, é o receio da castração do pénis. O falo – representação simbólica do pénis – é uma das bases de diferenciação psíquica entre homens e mulheres, representa o poder, o ter, o possuir. (Lei paterna, Lei das interdições). Pode-se traduzir na impossibilidade, na interdição, na proibição.
O rapaz – que porta o falo – e a rapariga – que descobre que não tem um -. O rapaz que tem medo que este seja cortado, pela sua intimidade – a masturbação e os pensamentos amorosos ou agressivos – e a rapariga que receia que não venha nunca a ter um ou que este lhe tenha sido cortado. O complexo de castração instala-se assim que as crianças pequenas, em idade pré-escolar iniciam as suas descobertas e fantasias sexuais, sendo integrado psicologicamente ao longo do crescimento e podendo ser resolvido na adolescência, pelas modificações físicas, psíquicas e sociais e principalmente pela entrada na vida adulta e possibilidade de reprodução.

Pre-Consciente

É uma instância da primeira tópica freudiana. É definida como a instância intermédia entre o inconsciente e o consciente e assegura a ligação entre as três. Também foi definida como a camada de censura que exerce a sua ação quer sobre o inconsciente quer sobre o consciente.

Consciente


É uma das três instâncias da primeira tópica da metapsicologia freudiana. Qualifica um estado psicológico que se pode traduzir no auto-conhecimento e auto-reflexão. É o ser consciente que negoceia a possibilidade e a proibição na ação.
O seu autor, Sigmund Freud explicitou este conceito nas obras : “A interpretação dos Sonhos” (1900), “Para além do principio do prazer”, (1920)

Inconsciente



É uma das três instâncias da primeira tópica freudiana. Pressupõe um local com atividade psíquica que se manifesta e é visível em lapsos, sonhos e esquecimentos. Esse local está repleto de representações recalcadas, vivências, pensamentos, sentimentos e intenções ligados às pulsões. Reservatório na primeira tópica freudiana – Ics – PCs  - Cs e qualidade de uma representação na segunda tópica : Id - SuperEgo - Ego

Significa não ser consciente, ausência de conhecimento sobre o objeto (objeto a conhecer: pessoa, objeto, animal, afeto, sentimento, objetivo, motivação, etc.).

Negação


É um mecanismo de defesa no qual um sujeito nega de forma convicta determinados desejos, sentimentos ou pensamentos que lhe pertencem. Está presente em todas as pessoas, contudo utilizado de forma excessiva pode ser indicativo de perturbação, pelo sofrimento que acarreta. Neste caso, pode estar associado a outros mecanismos de defesa tais como a identificação projetiva ou a projeção.

Intelectualização


É um mecanismo de defesa psicológica que permite afastar do pensamento, sentimentos e emoções em particular. O individuo usa o pensamento abstrato para se libertar da angustia que determinados conteúdos lhe podem provocar.

A utilização do pensamento abstrato, no limite, é comum a todos os seres humanos e é indicativo de saúde mental. É a utilização do pensamento abstrato que permite ao ser humano funcionar, trabalhar, raciocinar, conviver e viver.

É um mecanismo de defesa secundário e por essa razão está muito ligado a processos neuróticos, estando comummente associado à neurose obsessiva.

Está intimamente associado a outros tais como:  simbolização, sublimação, formação reativa, deslocamento.

Idealização


É um mecanismo de defesa psicológica que defende o individuo de uma determinada a angústia. Este mecanismo permite, em particular dar a um objeto – pessoa,  animal, objeto em concreto, convicção um valor de perfeição absoluta ou o contrário, a desilusão total.
Foi nomeado pela primeira vez por Sigmund Freud (1856 – 1939) no seu artigo “Narcisismo: Uma Introdução” (1914) e diz respeito à ação de um individuo engrandecer um objeto sem alteração da sua natureza. Está associado ao nascimento e ao desenvolvimento precoce, natural, mas também à perturbação mental, pelo uso em exagero e desfasado com o espaço e o tempo subjetivo individual.

Formação Reativa


 


É um mecanismo de defesa psicológico secundário, isto é, surge de forma mais coerente e habitual nas neuroses. Trata-se de uma atitude de a oposição contínua a um desejo recalcado que não está em consonância com as normas que regem a vida consciente e social de um individuo.


Exemplos de formações reativas são: a dança que se opõe à luta, a paz que se opõe à guerra, o pudor que se opõe ao exibicionismo, entre outros.

Recalcamento




É mecanismo de defesa psicológica e Processo Psíquico.

Acão através da qual um individuo afasta ou mantem no inconsciente representações que estão ligadas a uma pulsão. Quando a realização de um desejo ou a satisfação de uma pulsão insiste em se tornar consciente e/ou concretizar-se, se não está em consonância com outras exigências, é recalcada, pois provoca um sofrimento muito grande.

É também um processo psíquico pois apresenta uma formatação temporal. O autor que conceptualizou este conceito, Sigmund Freud, defende que o recalcamento apresenta dois momentos: 1º momento – recalcamento original, 2º momento – recalcamento propriamente dito.

Recalcamento original: leva para longe da consciência conteúdos que podem provocar desprazer, promove a ligação de uma representação com uma pulsão, sendo as duas mais facilmente recusadas pelo Ego.

Recalcamento propriamente dito: o recalcado= às rejeições psíquicas (pulsões de qualquer natureza mais as pulsões)

Obras que se destacam: “Instintos e Vicissitudes”, 1915 / “Ego e Id”, 1923