É
um mecanismo de defesa dito primário através do qual um individuo retira da sua
consciência conteúdos (pensamentos, vivências, sentimentos, etc) por estes
serem entretidos como perigosos e por isso acarretam grande sofrimento. Não é
usada o recalcamento – mecanismo de defesa secundário mas sim a supressão e/ou o deslocamento.
A pagina Psiquê - Conceito pretende operacionalizar a Psiquê-Logos. Psicologia Clinica e Psicanalise a partir da descrição dos conceitos que a sujazem.
quinta-feira, 7 de maio de 2015
Introjeção
Introjeção
é um conceito que foi introduzido na psicanalise por Sandor Ferenczi e designa
a aquisição e transformação de aspetos externos em aspetos internos.
Distancia-se da identificação pela presença modo inconsciente e fantasmático
constante e da incorporação pela delimitação corporal.
Alienação
O
termo alienação é principalmente um termo lacaniano e pode-se traduzir como o
produto da clivagem ou da dissociação do eu ou partes importantes do eu. Este
não é ele mas o outro ou no limite o mundo externo, desapossado de si mesmo.
É a
identificação ao outro tal como Jacques Lacan descreve na Fase do Espelho,
elevada ao seu expoente máximo de loucura e em que o único resultado é a
fragmentação por inundação de estimulação vindo do externo ao sujeito, presente
em psicoses ou Estados-Limite ou na indução por substancias tóxicas.
Na fase do
espelho, a criança olha-se e desconhece-se pois foi a imagem da mãe, e aos
poucos, vai-se habituando e reconhecendo como si mesmo aquele que visualiza no
espelho. Estas vivências ocorrem entre 8 meses e ano e meio. Esta alienação
natural faz parte da evolução psicológica de qualquer ser humano.
Auto-Erotismo
Designa
o comportamento sexual infantil que a criança apresenta após os primeiros meses
e a separação à mãe. É a exploração do corpo, por parte da criança, exploração
que implica o prazer de caracter sexual, sem recorrer a qualquer objeto.
Depressão Anaclítica
A
depressão anaclítica é uma conceção criada por René Sptiz para designar o
estado de sofrimento de uma criança abandonada pela sua mãe, após reconhece-la
como tal. Esta situação pode ser reversível se a figura materna voltar à relação
e aos cuidados da criança ou não, pode durar a vida inteira.
A depressão anaclítica
é descrita a partir de comportamentos tais como: o choro, o fechamento ao mundo
externo e a indiferença. Também poderá estar associada à procura incessante de
apoio e de figuras maternais que possam repor o que a criança ou o adulto
perdeu e não recuperou.
Alucinação
É
um modo de defesa presente nas psicoses e também eventualmente nos Estados –
Limite. É a utilização de um dos cincos sentidos para a criação nefasta de um
objeto que é colocado no mundo externo, onde não existe nada. É o trabalho de colocar algo no exterior que
lhe pertence e depois regressa ao interior de onde saiu. Para Sigmund Freud, é
o regresso daquilo que foi rejeitado
Podem
envolver várias qualidades sensoriais – forma, cor, textura e odor - .Podem ser
:
Alucinações
cénicas (tratam-se de cenários, cenas no ambiente, destacando-se inclusive dos
objetos que realmente existem)
Alucinações
Cenestésicas (envolvem o corpo e os órgãos)
Alucinações
Cinestésicas (envolvem o movimento)
Alucinações
auditivo-verbais (envolvem a audição)
Alucinações
mnésicas (déjà vu ou falso reconhecimento)
Alucinações
olfativas (envolvem o odor)
A
alucinação pode não ter um carater psicopatológico, podendo ser considerado um fenómeno
normal não habitual.
Perversão
A
perversão pode ser entidade como uma relação com objeto parcial que apresenta
um cariz sexual. O conflito interno mediado na relação parcial é colocada como
conflito externo contra pessoas ou entidades várias. Pode ser descrito também a
partir do sofrimento – tipo de – que o individuo perverso provoca a si ou
outro, estando invariavelmente sempre em transgressão e/ou oposição ao que é
comumente entendido como social, moral ou ético. Há uma falha séria e grave ao
nível dos processos de socialização e período de latência nos indivíduos
perversos.
As
perversões mais conhecidas são: masoquismo, sadismo, voyeurismo, pedofilia,
exibicionismo ou fetichismo. Aquilo que mais se desta nas perversões é:
Objetalização do outro e o prazer está ligado ao sexo
Delirio
Delírio
O
Delírio é um mecanismo de defesa psicológico constituído por Sigmund Freud.
Segundo este autor, o delírio é a tentativa falhada de construção da realidade
através da procura da libido e a sua reconstrução interna, contudo o que
regressa ao interno em nada é parecido com o que existia. É utlizado a par de
outros mecanismos de defesa primários tais como a clivagem e a projeção e
também utiliza a regressão, contudo esta ultima é usada sem possibilidade de
retorno ao estado atual. O delírio danifica de forma séria a mente e as funções
mais basilares tais como a perceção ou a cognição. A defesa pressupõe a falta de aceitação por parte do individuo de
representações e conteúdos que provocam sofrimento.
Alguns
tipos de Delírio:
Delírio
de Controlo
Delírio
de Perseguição
Delírio
de Grandeza
Delírio
de Ciúmes
Delírio
de Referência
Delírio
de erotomania
Delírio
mística e religioso
quarta-feira, 6 de maio de 2015
Sindrome de Cotard
O
síndrome de Cotard é uma forma de delírio de negação intensa. Está associada a
perturbações psicológicas graves tais como a melancolia ou a hipocondria ou a
psicose maníaco-depressiva. Também pode surgir em situações traumatizantes
graves. O paciente nega a existência de partes do corpo e vivencia a sua
ausência embora esteja conscientemente vivo e sinta o órgão ou a parte do
corpo em questão. (não ter olhos e não ver concretamente, sem qualquer problema
físico associado, não ter coração e não sentir, não ter fígado e ou este estar
morto e não exercer as suas funções, poderá sentir-se em putrefação e viver as
imagens, sons e odores associados a estados de decomposição conhecidos.
Este
termo foi conceptualizado por Jules Cotard, médico francês.
Processo Secundário
O
processo secundário é um dos modos de funcionamento do aparelho psíquico. Pode-se
afirmar que ao processo secundário pertence tudo aquilo que é consciente:
imagens, sons, representações, ações, palavras entre outros conteúdos que são
conscientes. Está associado ao ego e ao super-ego parcialmente. É um processo
cujo objetivo é satisfazer aquilo que o ego pretende, sem deixar de considerar
os impulsos imediatos do Id.
A
par com o processo primário rege o funcionamento mental.
Investimento
É o
acumular de energia investida em determinada representação ou conteúdo. Pode se
também traduzir pela ligação de determinada energia a uma presentação ou
conteúdo
Contra-Investimento
É o
suporte às atividades de investimento do ego que impossibilita o acesso à consciência
de desejos, fantasias ou outros conteúdos inconscientes no investimento
Condensação
É um
mecanismo de defesa primordial de funcionamento inconsciente. É a fusão de duas
ou mais ideias ou conteúdos ou representações numa só. Está associada ao
processo de sonho.
Falha Basica
Conceito criado por Michael Balint para designar o espaço
que existe antes do aparecimento do édipo e é tido como ausência de uma
terceira pessoa estruturante. Após a separação com a mãe, na relação precoce, é
o espaço no qual o sujeito fica entregue a si mesmo e às suas necessidades
psicológicas e fisiológicas
A falha
básica poderá ser associada ao espaço transicional avançado pelo seu colega de
profissão Donald Winnicott.
Processo Primário
O
processo primário é um dos modos de funcionamento do aparelho psíquico,
descoberto por Sigmund Freud. Corresponde a todo aquilo que é da ordem do
inconsciente ou a este está associado: sons, imagens, vivências, ações, textos,
palavras, entre outros conteúdos ou representações. É a forma de funcionar
segundo o princípio do prazer, muito comum ao sonho. Este modo de funcionamento
tem por objetivo escorar toda a tensão existente no sistema psíquico que diga
respeito quer às pressões de contenção e angustia provocadas, em parte pela
ação do Super- Ego quer pelas pressões vindas do Id.
Principio da Realidade
O
principio da realidade foi descrito por Sigmund Freud e designa um dos dois princípios
que rege todo o aparelho psíquico. Corresponde a uma transformação da energia
livre em energia ligada, sendo também considerada como um determinado tipo de
energia pulsional que está ao serviço do ego. Orienta e guia os estímulos externos
e internos que chegam ao aparelho psíquico de forma a que de acordo a interação
entre os três sistemas (Id, Super-Ego, Ego) se ligue, satisfaça, ou seja
recalcada.
A
par do princípio do prazer, rege as diferentes ações do aparelho mental do ser
humano. Enquanto o princípio do prazer procura a satisfação e a realização do
desejo a todo o custo pelos caminhos mais curto de obtenção do prazer, o princípio
da realidade tenta adiar o prazer se esse é comprometedor com as condições
impostas pelo mundo externo e também, em especial pelo Super- Ego.
Fantasia
Fantasia
pode ser traduzido como devaneio, sonho ou a rigor: imaginação. É o momento
figurativo de uma imagem- registo da atividade psíquica de um determinado modo.
A fantasia pode ser consciente ou inconsciente.
A fantasia consciente – devaneios / romances
relatados pelo individuo a si própria – participam na ordenação do conteúdo
manifesto do sonho.
A
fantasia inconsciente – sonhos, em especial – derivados do inconsciente em
interação com o pré-consciente e a realidade – os acontecimentos de vida.
Lapso
É
o ato de colocar uma palavra no lugar de outra que se pretendia dizer ou
escrever. Os lapsos são o resultado de um processo de contaminação, por semelhança
de uma palavra em relação a outra. Está próximo do mecanismo de condensação,
presente em especial no sonho.
Exemplos
de simples de lapsos são as trocas de palavras que apresentam uma semelhança
externa tais como a fonética ou uma semelhança vivencial que só a pessoa que o
tem terá algum conhecimento do seu significado.
Repetição ( compulsão a )
O
conceito de repetição está intimamente ligado ao de compulsão e embora
apresente um caracter patológico, pode ser entendido na relação psicológica de
objeto. Desde a nascença que o ser
humano repete ações, vivencias e/ou acontecimentos que são aquilo que se chamam
ritmos ou rituais, permite o firmar e o estabilizar.
É o ato de repetir que dá
a possibilidade de ligar e de criar enquanto elaboração psíquica habitual.
Permite sobre o mesmo, ensaiar o novo, integrar, unir e associar.
Em 1920, com a
obra “Para Alem do Principio do Prazer”, Sigmund Freud relaciona compulsão com
repetição para dar conta de um processo inconsciente que o individuo não
consegue controlar e que obriga constantemente a repetir sequências para assim
poder resolvê-las, isto é a tentar liga-las, a tentar reelabora-las.
Não é a procura
de sofrimento da situação que desliga e desintegra que um sujeito procura, mas
sim a possibilidade união por forma a apaziguar o excesso de estimulação ao nível
do aparelho psíquico. A compulsão à repetição apresenta o caracter conservador
e de procura de tranquilidade. Esta associada à regressão pela tentativa de
voltar ao estado de bem-estar anterior ao sofrimento que lhe foi infligido.
Ideal do Ego
Ideal
do Ego trata-se de um conceito de psicanalise criado por Sigmund Freud no texto
“Uma introdução ao Narcisismo” (1914). Segundo este autor, é definido como
instancia ideal constituída pelas aspirações parentais em relação ao filho/a e
serve de referência ao ego. É mais pequeno e com menos importância que as
instancia que constituem o aparelho psíquico : Id – Super-Ego-
Ego. Resultante da conciliação do
narcisismo com a idealização do ego nas suas identificações aos pais, os seus
substitutos e aos ideais coletivos, sejam estes sociais, comunitários, morais
ou éticos. Um modelo ao qual o individuo procura alcançar. Diminui à medida do
desenvolvimento psicológico, estando pois dependente deste na evolução. Podemos
perceber a ação do ideal do ego na realidade quando um individuo se apaixona e
vive o delírio amoroso de paixão inicial ou então, quando nos submetemos a um
mestre ideal no qual se projetam as aspirações sonhadas.
Luto
O
luto é um processo intrapsíquico que ocorre da perda concreta de um ente
querido. Pode estar relacionada com a perda de um animal de estimação, um
objeto em concreto, um lugar, uma posição, entre outros. É uma atividade de
elaboração psíquica, de construção que se apresenta como uma necessidade da
mente associar e/ou ligar representações traumatizantes relativas à perda.
Sigmund
Freud, medico psiquiatra e psicanalista, foi o primeiro clinico a descrever o
luto, quer como processo normativo ou processo patológico.
Luto
Normativo = consciência da perda, perda real/ luto é processo doloroso, lento e
natural/ tem características de tristeza profunda e pode levar um individuo a
resguardar-se no seu mundo, afastando-se dos outros/ grande atividade
psicológica de perda e de criação sobre aquilo que se perdeu/ o pensamento,
daquele que em luto, poderá estar na perda e não no trabalho, na relação amorosa,
nos afazeres do quotidiano/ Medo e Culpa/ retração narcísica como meio de
proteção contra o esvaziamento efetuado pelo objeto interno perdido.
Luto
Patológico = Dedicação exclusiva à perda e à lamúria, sem possibilidade de
construção / Danos Egoicos / Impasse sem solução (Id versus Ego, Super-Ego
versus Ego) – a perda é concreta e a exigência é de recuperação do objeto concreto
/insistência – interna – em recuperar aquilo que não existe mais/ recusa e negação da realidade.
O
Luto é um processo psicológico universal e é palco de estudos por parte de
psicólogos, médicos, antropólogos, sociólogos, biólogos e tantos outros
profissionais que se dedicam à investigação e tratamento do ser vivo – humano
ou animal -.
Tópica
É
um dos conceitos mais importantes na metapsicologia freudiana. Significa
sistema. O aparelho psíquico – a mente – descrita na metapsicologia pressupõe
um determinado número de lugares que interagem entre si e possibilitam cada
individuo ser como é, de acordo e no limite as suas funções cognitivas e
afetivas em relação ao mundo externo. A esses lugares ou também designados
sistemas foi dado o nome de tópica. Com Sigmund Freud e na psicologia clinica
de base psicanalítica, existem duas tópicas:
A
1ª Tópica é constituída por Inconsciente (ICS) – Pré-Consciente (PCS) –
Consciente (CS).
A
2ª Tópica é constituída por Id – Super –Ego – Ego.
Em
síntese, existem três instâncias: Id (o lado pulsional), o ego ( a instancia
que representa os interesses pessoais, em toda a sua extensão e a realidade), o
super-ego (instancia que julga, critica e impede que os impulsos mais imediatos
sejam realizados sem concordância com as contenções morais e éticas internas e
externas). O Super-Ego regula a função do Id e tenta também regular a função do
Ego. Este é o sistema ou tópica considerada atualmente . (= 2ª tópica ). A 1ª
tópica – Inconsciente-pré-consciente-consciente, foi na origem da psicanalise a
vigente para compreender os processos psíquicos, contudo, atualmente está
integrada na 2ª tópica, estando por reduzida a conteúdos: conteúdos
inconscientes, conscientes e pré-conscientes que constituem os sistemas da 2ª
tópica.
terça-feira, 5 de maio de 2015
Imago
Imago
é a noção que designa uma representação mental de uma pessoa em relação a outra.
É um “retrato” inconsciente das pessoas significativas na vida de um individuo,
em especial o pai e a mãe, que molda e guia a percepção que se faz de qualquer
pessoa.
As imagos principais são elaboradas durante as primeiras relações do bebé
e ao longo da infância. Pode-se afirmar que uma imago materna é uma imagem
subjetiva e fantasmática da mãe que foi constituída pela criança durante a
infância.
É o juízo, pouco consciente que se faz do outro. Não é o retrato fiel
à realidade mas poderá, de acordo com as vivência e a identidade de cada um,
aquilo que mais próximo da realidade está.
Um
imago objetiva-se através de pensamentos, imagens ou sentimentos.
Objeto Transicional
Foi
descrito por D. Winnicott, psicanalista inglês e trata-se de um objeto material
que adquire um valor importante de separação entre o bébé e a sua mãe. É
associado à fralda e ao ursinho que fala e tem sono e é importante enquanto
jogo e criação para a criança. É segundo este autor as tentativas da identidade
que vai ser, o consolidar da verdadeira relação de objeto.
Transicionalidade
Em
psicologia diz respeito ao espaço intermédio entre a realidade e o imaginário, entre
o mundo interno e o mundo externo. É o
espaço que separa e também liga o individuo, é caracterizado como de criação,
de jogo, de imaginação e também de relação.
Foi concetualizado por
D. Winnicott, médico pediatra e psicanalista que se dedicou ao estudo da
relação da criança com a mãe
Complexo de Eletra
O
complexo de Eletra à semelhança do complexo de édipo reporta-se ao amor da
pequena filha pelo seu pai e ódio pela rival – a mãe. Ocorre em idade
pré-escolar – dos 3 aos 5 anos- e depois com a entrada na escola, é esquecido e
recalcado, a socialização e a aprendizagem das regras e a cognição tomam o
lugar dianteiro daquilo que Sigmund Freud chamou de Período de Latência.
O
complexo de Eletra ocorre na fase fálica e entre as diversas fantasias sobre a
diferença de sexos, as gerações e o nascimento das crianças, a criança
dedica-se às suas fantasias sexuais, as quais incluem o pai, enquanto
pretendente e afastam a mãe enquanto rival. Pretende possuir o pai com o falo,
o poder, o ter filhos. Abdicará do pai, pelo receio de perder a mãe também.
Este complexo ficará adormecido e entrará em declínio na adolescência.
É
mais progressivo e elaborado que o complexo de édipo no rapaz, uma vez que a
rapariga depois de se identificar com o pai, volta à mãe e terá que a abandonar
novamente enquanto que o rapaz depois de se identificar com o pai volta à mãe
para o complexo de édipo iniciar.
Complexo de Édipo
O
complexo de édipo faz parte da Teoria da Sexualidade Infantil freudiana e
refere-se à triangulação amorosa entre a criança, a mãe e o pai. Sigmund Freud,
autor desta concepção defende que em idade pré-escolar, dos 3 aos 5anos, a
criança, por exemplo o rapaz, tem sentimentos amorosos em relação à mãe,
desejos de conquista, sendo pois o seu rival o pai. Desenvolve por essa altura
os seus primeiros recursos psíquicos de captação afetiva e amorosa e também os
seus recursos agressivos contra o rival, que o vão afirmando na posição fálica.
O pai, esse, precisa de ser destronado do seu lugar para dar lugar ao filho ao
lado da mãe. Também no complexo de édipo é vivenciada saudavelmente os
sentimentos ambivalentes, pois o pai é rival mas também é o pai. Imita o pai –
o modelo – que possibilita reassegurar os primeiros movimentos identificatórios
anteriores ao édipo. Sob a ameaça da castração, o rapaz renuncia a mãe. O édipo
pode ser explicitado como pertencente ao rapaz ou à rapariga, embora a alusão
freudiana seja ao masculino.
O
Édipo completo é constituído por duas etapas: o édipo positivo (amor ao progenitor do sexo oposto e ódio ao
progenitor do mesmo sexo), o édipo
invertido ou negativo (amor ao progenitor do mesmo sexo e ódio ao
progenitor do sexo oposto)
Complexo de Castração
O complexo de castração é um
conjunto de vivências psicológicas subjetivas não acessíveis ao individuo que
resultam das vivencias infantis na relação ao pai e à mãe. A rigor, é o receio
da castração do pénis. O falo – representação simbólica do pénis – é uma das
bases de diferenciação psíquica entre homens e mulheres, representa o poder, o
ter, o possuir. (Lei paterna, Lei das interdições). Pode-se traduzir na
impossibilidade, na interdição, na proibição.
O rapaz – que porta o falo – e a
rapariga – que descobre que não tem um -. O rapaz que tem medo que este seja
cortado, pela sua intimidade – a masturbação e os pensamentos amorosos ou
agressivos – e a rapariga que receia que não venha nunca a ter um ou que este
lhe tenha sido cortado. O complexo de castração instala-se assim que as
crianças pequenas, em idade pré-escolar iniciam as suas descobertas e fantasias
sexuais, sendo integrado psicologicamente ao longo do crescimento e podendo ser
resolvido na adolescência, pelas modificações físicas, psíquicas e sociais e
principalmente pela entrada na vida adulta e possibilidade de reprodução.
Pre-Consciente
É
uma instância da primeira tópica freudiana. É definida como a instância
intermédia entre o inconsciente e o consciente e assegura a ligação entre as
três. Também foi definida como a camada de censura que exerce a sua ação quer
sobre o inconsciente quer sobre o consciente.
Consciente
É
uma das três instâncias da primeira tópica da metapsicologia freudiana.
Qualifica um estado psicológico que se pode traduzir no auto-conhecimento e
auto-reflexão. É o ser consciente que negoceia a possibilidade e a proibição na
ação.
O
seu autor, Sigmund Freud explicitou este conceito nas obras : “A interpretação
dos Sonhos” (1900), “Para além do principio do prazer”, (1920)
Inconsciente
É
uma das três instâncias da primeira tópica freudiana. Pressupõe um local com
atividade psíquica que se manifesta e é visível em lapsos, sonhos e
esquecimentos. Esse local está repleto de representações recalcadas, vivências,
pensamentos, sentimentos e intenções ligados às pulsões. Reservatório na
primeira tópica freudiana – Ics – PCs -
Cs e qualidade de uma representação na segunda tópica : Id - SuperEgo - Ego
Significa
não ser consciente, ausência de conhecimento sobre o objeto (objeto a conhecer: pessoa, objeto, animal, afeto, sentimento, objetivo, motivação, etc.).
Negação
É
um mecanismo de defesa no qual um sujeito nega de forma convicta determinados
desejos, sentimentos ou pensamentos que lhe pertencem. Está presente em todas
as pessoas, contudo utilizado de forma excessiva pode ser indicativo de perturbação,
pelo sofrimento que acarreta. Neste caso, pode estar associado a outros
mecanismos de defesa tais como a identificação projetiva ou a projeção.
Intelectualização
É um mecanismo de defesa
psicológica que permite afastar do pensamento, sentimentos e emoções em
particular. O individuo usa o pensamento abstrato para se libertar da angustia
que determinados conteúdos lhe podem provocar.
A
utilização do pensamento abstrato, no limite, é comum a todos os seres humanos
e é indicativo de saúde mental. É a utilização do pensamento abstrato que
permite ao ser humano funcionar, trabalhar, raciocinar, conviver e viver.
É
um mecanismo de defesa secundário e por essa razão está muito ligado a
processos neuróticos, estando comummente associado à neurose obsessiva.
Está
intimamente associado a outros tais como: simbolização, sublimação, formação reativa,
deslocamento.
Idealização
É
um mecanismo de defesa psicológica que defende o individuo de uma determinada a
angústia. Este mecanismo permite, em particular dar a um objeto – pessoa, animal, objeto em concreto, convicção um valor
de perfeição absoluta ou o contrário, a desilusão total.
Foi
nomeado pela primeira vez por Sigmund Freud (1856 – 1939) no seu artigo “Narcisismo: Uma Introdução” (1914) e diz
respeito à ação de um individuo engrandecer um objeto sem alteração da sua
natureza. Está associado ao nascimento e ao desenvolvimento precoce, natural,
mas também à perturbação mental, pelo uso em exagero e desfasado com o espaço e
o tempo subjetivo individual.
Formação Reativa
É um mecanismo de defesa psicológico secundário, isto é, surge de forma mais coerente e habitual nas neuroses. Trata-se de uma atitude de a oposição contínua a um desejo recalcado que não está em consonância com as normas que regem a vida consciente e social de um individuo.
Exemplos de formações
reativas são: a dança que se opõe à luta,
a paz que se opõe à guerra, o pudor que se opõe ao exibicionismo, entre outros.
Recalcamento
É
mecanismo de defesa psicológica e Processo Psíquico.
Acão
através da qual um individuo afasta ou mantem no inconsciente representações
que estão ligadas a uma pulsão. Quando a realização de um desejo ou a
satisfação de uma pulsão insiste em se tornar consciente e/ou concretizar-se,
se não está em consonância com outras exigências, é recalcada, pois provoca um
sofrimento muito grande.
É
também um processo psíquico pois apresenta uma formatação temporal. O autor que
conceptualizou este conceito, Sigmund Freud, defende que o recalcamento
apresenta dois momentos: 1º momento – recalcamento original, 2º momento –
recalcamento propriamente dito.
Recalcamento
original: leva para longe da consciência conteúdos que podem provocar
desprazer, promove a ligação de uma representação com uma pulsão, sendo as duas
mais facilmente recusadas pelo Ego.
Recalcamento
propriamente dito: o recalcado= às rejeições psíquicas (pulsões de qualquer
natureza mais as pulsões)
Obras
que se destacam: “Instintos e Vicissitudes”, 1915 / “Ego e Id”, 1923
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